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quinta-feira, 8 de julho de 2010

San Agustin de Valle Fértil – em companhia do Dinos

Chegamos na Villa de San Agustin no domingo, à noite, e encontramos uma cabana charmosa, com dois quartos, banheiro e cozinha.
Fechamos por duas noites, depois de procurar umas 4 ou 5 do tipo. O comum por lá é justamente o esquema de cabañas, há poucos hotéis. Acredito que só um....
Mas como não podia deixar de ser, fomos também assediados pela polícia caminera local... em mais de 3 mil quilometros de estrada um guarda nos parou (como já havíamos passado anteriormente), e pediu os documentos. Mostramos o documento do carro, a carteira internacional e o seguro carta-verde. Ele não encontrou a data de validade do seguro e pediu para encostarmos o carro. (obs. Aqui os pontos de fiscalização são no meio da estrada mesmo, barrando todo o trânsito...). Mostramos a ele o período do seguro (de 30 dias). Aí veio. Como estava tudo em ordem e ele não tinha mais criatividade para inventar alguma coisa (e também graças a simpatia do Dani...) ele perguntou se nós não nos ofenderíamos se ele nos pedisse uma ajuda para comprar água para o banheiro, pois era uma região difícil para encontrar água... pode?!!! Aí veio a pergunta: se a região é difícil de encontrar água, pra que o dinheiro para comprá-la?!!!! Nem precisa falar que fiquei revoltada e o Dani rindo de mim.
Mas, como não se tem o que fazer, engoli minha raiva do guarda trambiqueiro e seguimos em frente.
Entrando na cidade, pedimos informações na empresa Paula Tour, que organiza excursões para os parques da região e fomos muito bem atendidos pelo Mário, da agência.
A estrada nessa parte da viagem já começou a mudar... e bastante. Já avistamos os primeiros cardones, espécie de cactus comum nessa região desértica e que cresce em diversas altitudes, de 1.400 a 4.500 metros. Além disso anotamos aqui outra grande diferença: a estrada é cheia de ondulações, mais parecia uma tobogã a céu aberto. Foi diversão para os meninos.... Mas como era noite, a adrenalina foi bem levinha, rsrsrs.
Dani e eu quebramos a cabeça para tentar adivinhar o motivo pelo qual não fizeram uma terraplenagem, por exemplo, e nivelaram a estrada... enfim , questões de engenharia a parte, as retas ainda fizeram parte de alguns trechos do caminho.
Na manhã seguinte tomamos nosso café na cabana e pé na estrada. Nos indicaram um caminho alternativo, de terra (rípio), com algumas manifestações indígenas: o Pedra Pintada, onde estão algumas inscrições rupestres (acesso difícil) e o Morteros Indígenas, onde tem alguns artesanatos em barro pintados como nos ancestrais do povoado. O problema é que há pouca sinalização e os locais são particulares e aí... depende da vontade do dono...
A estrada é simplesmente maravilhosa, encravada no meio da montanha, com pequenos riachos, e aquela vegetação típica de áreas desérticas, ou seja, vegetação bem rasteira, com árvores espaçadas umas das outras, geralmente cheias de espinhos e muitos, muitos cardones. Há também muitos animais pastando, como mulas, vacas e cabras, que são os mais comuns.
Fizemos esse passeio no período da manhã, e como um bom safári fotográfico, milhões de paradas para “sacar las fotos”. Aí nós três: Kauê, Yan e eu, brincamos um pouquinho com a “maquininha” do papai Dani... como não resolve uma máquina poderosa se não são os olhos do fotógrafo, rsrsrs.
À tarde fomos ao Parque Nacional de Ischigalasto, onde foram encontradas as maiores variedades de espécies de dinossauros. Lá os paleontólogos encontraram fósseis de mais de 200 milhões de anos.
A visitação é guiada e cada família vai com o seu carro. O guia foi de carona no carro da frente, que puxou o comboio e fomos fazendo algumas paradas, para conhecer as diversidades de rochas existentes no parque. É impressionante. É difícil até de descrever o lugar... a diversidade de paisagem é muito grande.
Conhecemos a área da “Cancha de Bochas”, as rochas que parecem um submarino. De acordo com o guia, essa rocha pode desaparecer a qualquer momento, pois os constantes abalos sísmicos condenam as delicadas ligações entre elas e a qualquer hora, se houver um grande abalo, o submarino poderá deixar de existir.


Em seguida fomos a um paredão enorme, onde os condores costumam fazer seus ninhos. Vimos dois voando próximos, mas não o suficiente para uma boa fot.
Depois de conhecer o parque, ou melhor, parte dele (apenas 8% do parque está aberto a visitação, já que apenas 18% da área foi explorada e catalogada pelos historiadores), seguimos para o Museu, na estrada do parque.
No Museu estão os fósseis do primeiro dinossauro encontrado no parque, assim como alguns outros, juntamente com painéis com fotos que mostram as escavações e a provável causa da morte de cada um. Passeio incrível, que nos deixou (todos), inclusive o JP, impressionados.
Saímos do parque no fim do dia, já que friozinho, e seguimos para cabana. Mas em seguida resolvemos buscar sinal de internet, para mandar notícias para as famílias e também atualizar o blog, mas aí...... nada feito. Precisamos esperar até o dia seguinte, ao chegar em San Juan (capital da província de mesmo nome), para conectar em um cyber café.

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