Páginas

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Estou viva!

Oi pessoal, voltei depois de um loooongo período sem dar notícias. É que os trabalhos já nos consumiram logo que chegamos.
Não consegui completar vários detalhes no blog, como dicas de hospedagem, custos etc. Tá difícil mexer na papelada, rsrs, não sobra tempo pra nada, principalmente porquê já estamos organizando duas outras aventuras!
A primeira é bem levinha e familiar também. Estamos indo visitar os familiares na Bahia, mas, é claro, de carro. Também vou colocar as dicas pra vocês.
Mas hoje o que quero mesmo deixar pra vocês e a aventura propriamente dita. Estamos organizando um Safári Fotográfico para o atacama argentino, onde estivemos.
Nosso objetivo é levar fotógrafos amadores e profissionais para passar 5 dias na região do deserto do Atacama, porém do lado argentino, onde poderão registrar toda a beleza daquela região. Daniel acompanhará o grupo oferecendo dicas de fotografia, luz, enquadramentos, enfim, tudo para uma boa foto.
O grupo será formado por 8 pessoas, que serão conduzidos por guias especializados na região, em veículos 4x4. No pacote está incluso todos os custos aéreos e terrestres, ou seja, guias, hospedagens e alimentação.
Bom, que se interessar há outras informações no site www.danielrosa.com.br ou www.fotosafaridanielrosa.com.br
Super beijo e até breve!

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Domingo, 25 de julho – Pisando novamente em terras tupiniquins

CHEGAMOSSSSSSSSS, EBAAAAAA. Grito coletivo assim que passamos pela aduana argentina e pela polícia federal brasileira! Só de olhar a paisagem familiar já nos sentimos em casa.
Antes de seguirmos nosso destino, paradinha básica no free shop, para os últimos presentinhos e depois seguimos para Foz do Iguaçu, onde havíamos deixado alguns itens que não couberam no carro.
Pedimos uma pizza e comemos no hotel mesmo, assim pudemos assistir um pouco de TV e curtir nossas comprinhas. Dia seguinte programamos uma pegada de 1000km para chegar em São Paulo...
E foi o que fizemos. Assumi o “leme” da super-máquina 2 vezes, para aliviar um pouco nosso motorista, mas que também cansa e seguimos direto.
Chegamos em Sampa perto da meia-noite, calorosamente recebidos pela vovó Geni, que já não agüentava mais a ausência da turminha. Próxima parada: Socorro.

Sexta-feira, 23 de julho – férias das férias

É, precisamos tirar férias das férias... Na sexta-feira começamos de fato nosso retorno ao Brasil, e aí, ficamos mais tempo na estrada e no carro.... todos estavam com os nervos a mil, então decidimos ficar mais um dia na Argentina. Depois de viajar o dia todo pelo Chaco (Nota: que não tem nada, a não ser plantação e mosca), paramos para dormir em Jardim América, já na província de Missiones, cerca de 200 km da fronteira. Uma cidade muito simpática, com pessoas agradáveis...
Ficamos em uma cabana, no camping chamado Baden Banden, do Senhor Hugo. O lugar é muito agradável e as crianças se divertiram com a área de lazer gigante que há por lá. Com um parquinho, esqueci o JP..... brincou tanto que quase não agüenta acordado o jantar. Foi bom, conseguimos arrumar o carro melhor, para ficar menos desconfortável e pegar mais pique para continuar voltando. Passamos um delicioso sábado de férias... detalhe: nossas primeiras chuvas na viagem caíram durante a noite.
Depois do jantar, deixamos os meninos no chalé e fomos ao Casino, que é liberado na Argentina. Chegamos pensando em gastar um limite, em dolares, mas quando chegamos lá as apostas eram em pesos mesmo. Apostamos de cara a fortuna de $20 (pesos), na roleta... rimos bastante e como todo principiante, ganhamos. Voltamos para casa com $120... Também testei as máquinas do tipo caça-níqueis, mas não curti. Foi interessante, pois foi a primeira vez que entrei em um casino.
Levantamos cedo no dia seguinte, tomamos um delicioso café da manhã e seguimos rumo à Puerto Iguazu, na aduana argentina.

Bolívia – continuação

Se alguém acha o Paraguai sujo ou confuso, não conhece a Bolívia!


Deixamos o carro em um posto de gasolina, em La Quiaca, e atravessamos a fronteira a pé, no meio da bagunça, sujeira, gente pra todo lado... lá vimos o quanto os traços indígenas estão presentes na fisionomia dos moradores.
A vestimenta das mulheres também é típica e persistente. Elas usam saias bem rodadas e compridas, com meias e em camadas, de blusas também. Elas também usam chapéu, alguns parecem um peniquinho, que fica só no topo da cabeça. Ah! Os cabelos sempre beeeem compridos estão preços com duas longas tranças.
Nesse pedacinho da Bolívia, a sujeira impera: as pessoas jogam de tudo no chão, resto de comida, casca de frutas, sacolas plásticas, enfim, tudo mesmo. Além disso, o cheiro de urina é terrível... Mas trabalhamos nossa mente para superar tudo isso e fazer de conta que não estávamos vendo nada, rsrs.
Com a orientação de Pompom, seguimos para a loja certa.
Encontramos nossas jaquetas para o inverno de neve, de marcas conhecidas e boas, por preços realmente convidativos.... eu fiquei com uma jaqueta e ganhei do maridão uma mochila nova e esqueeze, assim como o Yan. Os meninos também compraram coletes e o JP ganhou, além da jaqueta, um par de sapatos para neve.
Fim das compras, hora de botar o pé na estrada e seguir até onde o cansaço permitir.
Chegamos em uma cidade chamada Monte Quemado... parecia cidade fantasma, horrorosa. Mas já estava tarde e tínhamos que dormir. Paramos em um hotel, chamado 9 de Julio... muuuuuuito pior que o Sally, rrsrsr, sujo.
Tratamos de levantar cedo (por volta das 7h30) e partimos sem tomar café lá. Fiquei com nojo e preferimos tomar café no posto de gasolina e encontramos 2 motoqueiros, brasileiros de Medianeira, que estavam fazendo mais ou menos a mesma coisa que nós.... tomando café no posto. Eles também estavam no malfadado hotel...

Quarta-feira, 21 de julho – rumo à Bolívia

Pegamos o carro (de primeira, sem choro, nem reza.... rsrsr) e seguimos para La Quiaca, extremo norte da Argentina, divisa com a Bolívia. No caminho, uma paradinha em Purmamarca, para os meninos “mirarem” o Cerro de las 7 Colores, o original, rsrsr. Tiramos fotos com a lhama Juanita, de 6 meses, que estava lá para deleite dos turistas, que pipocavam pela cidade, ou melhor, pelo povoado....


Lá tem uma feira de artesanatos, na praça central. Tudo muito colorido, bonito, carro e quase tudo vindo da Bolívia, rsrs.
Depois de um delicioso piquenique, sob a copa de uma árvore gigantesca, demos uma volta para feira e seguimos nosso destino do dia.
Chegamos em La Quiaca no fim da tarde e fomos procurar hospedagem na cidade de Yave, a 16 km dali. Um povoado, ou melhor, “pueblito”, bem pequenininho, mas que tinha umas 6 ou 7 hosterias. Fomos olhar e na quarta, ficamos. Uma linda cabana, bem limpinha, com cozinha e banheiro descente (raro por onde passamos).
Em Yave são 3.500 metros de altitude. Nem preciso dizer o cansaço coletivo, menos JP, que passou ileso por todas as adversidades, com exceção da pele, que acabou queimadinha pelo frio.... rsrs. Toda a nossa volta era uma aridez impressionante. As casas todas feitas de adobe, incluindo nossa cabana, sempre em tom marrom, ruas sem calçamento e dificilmente vemos gente na rua.
Aqui a nota é para o corajoso Yan. Ele e o Dani foram os únicos a mastigar a folha de coca, que por aqui, é indicada para amenizar os sintomas da alta altitude, que pode ser um cansaço exagerado ao fazer qualquer esforço por menor que seja, desarranjo intestinal e um pequeno “reboliço” no estomago.
Kauê também não se habilitou, assim como eu (Nota: ecaaaaa! A folha de coca tem um cheiro estranho e também é estranho conversar com alguém que está com uma bolota de folhas “descansando” do lado da boca).
Depois do momento cultural entre pai e filhos (Dani sentou com eles para explicar tudo isso), fomos cozinhar nosso jantar, ou melhor, tentar. O fogão, que tinha mais ou menos uns 60 anos, tinha apenas 3 bocas e uma delas não estava funcionando, além disso, as outras duas que restaram estavam mais lentas que minhoca na subida.... haja paciência.
Preparamos um macarrãozinho (o mais fácil e é o que mais agrada a galerinha), com cebola assada na brasa, batatas souté (tentativa disso, na verdade) e a nova invenção do papai Dani: atum agridoce.
Compramos no mercadinho local duas cebolas gigantes, e uma delas, totalmente branca.... para temperar até que dá, mas o sabor dela é mais aguado, não tão acentuado como as nossas, mas também é mais leve. Assadas ficaram ótimas.
Fomos deitar por volta das 21h30, todos moídos.... Programamos nossos relógios para às 6h da madrugada (isso mesmo, por aqui o dia amanhece quase 8 da manhã). Ninguém conseguiu levantar. Dani levantou com o despertador, mas ficou com pena de chamar nossa turminha e voltamos a dormir mais um pouco. Levantamos às 8h.
Tomamos nosso café, preparado a 6 mãos (papai Dani aqueceu o pão na brasa, com uma leve queimadinha, Kauê preparou o leite em pó para todos e Yan colocou a mesa).
Antes do café tivemos a brilhante idéia de fazer o chá da folha de coca para todos tomarmos, já que mastigar aquilo estava fora dos meus planos! Até o JP encarou, não gostou, claro, mas tomou sem reclamar muito.


Bom, tudo arrumado, carregamos o carro e...... nada de pegar. Assim como em San Antonio de los Cobres, a super-máquina nos deixou na mão. Em altitude e frio, o diesel congela e a bateria também não suporta. Conseguimos conectar na bateria do carro do dono do hotel que estávamos, mas antes, esforço coletivo para jogar água quente no motor, e brasa embaixo do carro, risada só, rsrsr.
Em algumas tentativas, funcionou. Obaaaaa. Pé na estrada e rumo às compras....

Terça-feira, 20 de julho – Parabéns Kauê!!!!!!

Eeeeeee, hoje o filho mais velho do Dani completa 17 anos! Parabéns Kau, muitas felicidades e que, em seu caminho, haja muitas realizações, novidades, viagens, pessoas de bem!!!! Seja muuuuuio feliz!
Bom, como é dia de comemoração, fomos dar uma voltinha pela cidade, procuramos uma lavanderia para deixar nossas roupas pra lá de sujas (depois de uma tempestade de areia, imaginem o que restou limpo...) trocamos o óleo da super-máquina e seguimos para almoçar em uma taqueria.... tacos e burritos para comemorar o aniver do Kauê. O almoço a La mexicana foi em um pequeno restaurante, numa galeria bem próxima do hotel, na rua principal do bairro. Apesar de movimentada, fomos almoçar um pouco mais tarde que os locais, por isso, pegamos o inicio da siesta, ou seja, sossego.
Após o divertido almoço fomos tomar um sorvetinho (pra sair da rotina, já que o frio em Salta também é de matarrrrrrrrr).
Na sorveteria vimos outro diferencial local: a casquinha para o sorvete com 2 sabores é feita de forma que as bolas do sorvete fiquem uma do lado da outra.... inteligente e engraçado para nós, que não estamos acostumados.


Também foi divertido para o João Pedro, já que na sorveteria tinha um playground... se acabou de brincar.
Depois disso, fomos ao centro dar uma volta na cidade e tocamos para o Mercado de Artesanias. Estivemos lá ano passado e voltamos com os meninos. Estava lotado de gente e tinha até um showzinho com um trio de música andina. Super agradável, o Mercado é grande e com lojinhas para os artesãos, que expõem de tudo: diversos produtos confeccionados a base de lã de lhama ou alpaca; itens feitos com cactus locais, que se chamam cardones. (Nota: os cardones são uma espécie de cactus muito comum no norte da Argentina, encontrados entre 1.200 a mais de 3 mil metros de altitude. Eles crescem de 1 a 5 cm por ano e os artesanatos só podem ser feitos com os cactus que já são encontrados mortos, caídos no chão. Não é permitido extrair a planta viva da natureza para produzir os artesanatos).
Depois do momento artesanal e cultural, seguimos para o centro, em busca de um banco para sacar “plata” e voltamos para o hotel, onde nos preparamos para encontrar Pompom em um restaurante, para continuar a comemoração do aniver do Kauê.
Fomos para o restaurante e o Dani e o Yan foram à lavanderia buscar nossas roupas, detalhe: estariam prontas às 9 da noite... No caminho eles pararam para comprar um bolo para o aniversariante do dia.
Tivemos a grata surpresa de reencontrar também Mathias, um dos guias que estiveram conosco ano passado, na campanha da Adventure. Eles também visitaram o Brasil, durante a feira, em 2009.
Comemos um filet maravilhoso, como a tempos não comíamos, conversamos bastante, rimos um bocado com os nossos amigos e cantamos parabéns, para surpresa do Kauê, que não contava com o bolo...



Pouco depois de cantarmos parabéns, um senhor de aproximou da mesa e perguntou que estava fazendo aniversario... para nossa surpresa, em português! Era uma família de brasileiros, moradores da Vila Mariana, em São Paulo, que todo ano visita a região de Salta....!
Voltamos para o hotel e decidimos seguir para a Bolívia! Simmmmmm, Bolívia.
Pompom e Mathias nos disseram das vantagens em comprar roupas de frio por lá, já que a região é de livre comercio, uma espécie de zona franca. Praticamente um Paraguai, mas o forte são roupas.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Segunda-feira, 19 de julho – chegada em Salta

Contagem regressiva para o aniver do Kauê, que completa 17 aninhos amanhã.... Bom, chegamos em Salta no fim da tarde de hoje. Ligamos para Pompom, amigo que fizemos durante a campanha da Adventure, e eles indicou um hostal, simples e aconchegante, em um bairro residencial aqui em Salta.
Antes disso, paramos no centro, na Igreja de San Antonio, para trocar o pneu... outro momento engraçado, já que todo o carro estava coberto de pó, e para pegar as ferramentas no porta-malas..... rsrsrs.


Depois da troca, seguimos para o hostal, onde encontramos Pompom. Ele nos indicou lava-rápido, mecânico, estradas para os passeios, efim, informações seguras! Ufa!
Fomos procurar um lugar pra comer, por volta das 17h30, já que nosso almoço foi lanchinho dentro do carro. E para nossa surpresa, nas redondezas do hostal estava tudo fechado. Aí nos lembramos: por conta da hora da siesta, a cidade só volta a vida depois das 17 horas e nenhum lugar pra comer está aberto esse horário: acabamos parando em um Mc Donald´s. Dani e Kauê foram atrás de um borracheiro para arrumar o pneu, ou uma “gomeria” para arrumar “La goma”.

Domingo, 18 de julho – começo do retorno e um dia de adrenalina

Saímos de San Pedro de Atacama quase 11 horas. Fomos à Aduna e soubemos que o passo estava aberto. Optamos pelo Jama, pela fama da beleza da paisagem e pelo acesso asfaltado. Até aqui, nada de tempestades de areia. Durante os fortes ventos, o carro chegou a atingir 80 km/h na subida, desengatado, apenas com a força do vento. E atingiu 120 km/h, na descida.... O detalhe ficou por conta da altitude: 4.800 - nosso recorde.

 O visual do passo é realmente deslumbrante, vimos o cenário mudar da água para o vinho em aproximadamente 30 km de estrada. Do deserto total do Atacama, com poucas moitinhas secas e pedra, muita pedra, passando pelo vulcão Lincancabur e também o início das vegetações altiplânicas.


Ao chegar na aduana, o Dani desceu para apresentar nossos documentos e, como num passe de mágica, a tempestade de areia recomeçou... O vento estava bem forte, e sacudiu o carro, apesar de não ter conseqüências graves, o susto é grande.
Na aduana, a quantidade de brasileiros surpreendeu, encontramos 5 carros de diversas partes do Brasil.
Depois de aproximadamente 30 minutos estávamos liberados e descobrimos que os passos não estavam fechados nos dias anteriores e que a neve estava castigando a região de San Salvador de Jujuy e não San Antonio de los Cobres, nosso objetivo.
Seguimos para a primeira cidade argentina depois do passo, Susques, e de lá pegar informações sobre as estradas que levavam ao nosso objetivo.


Almoçamos por lá, com um friozinhooooooo. Na volta nos surpreendemos com a quantidade de caminhões do tipo cegonha, aqueles de carregam váááários carros de uma vez. Vimos dezenas deles.
Lá decidimos no cara ou coroa qual caminho levar: voltar 2 quilometros e pegar mais tempo de estrada de ripio ou seguir em frente aproximadamente 100 quilomentros e pegar o outro acesso. Venceu, por 2 vezes, o segundo. De acordo com o policial local passaríamos no meio de uma salina por esse caminho que escolhemos.
Para nossa grata surpresa passamos pelas Salinas Grandes, que Dani e eu estivemos em 2009 com a equipe da campanha publicitária da Adventure Sports Fair.. até então, não sabíamos disso. Chegamos pelo lado oposto e vimos uns montes de sal, aí veio a aventura: sair correndo no meio da ventania para pegar 320 gramas de sal (era o que cabia no potinho que tínhamos). Depois que nos arriscamos para que ninguém nos visse, seguimos e vimos um operário da salina, que nos deixou passear de carro pela salina... fomos e vimos até dois campos de futebol improvisados.
Ao retornarmos, pedimos para esse mesmo cidadão se podíamos levar um pouquinho daquele sal e ele deixou, aí veio a segunda aventura: encher o pouquinho de sal no galãozinho de 5 litros... em meio a uma ventania gelada. Foi engraçado.....


Seguimos mais um pouco e logo avistamos a casa de sal. Uma espécies de barzinho, cujas paredes foram feitas com tijolos de sal. Do lado de fora tinha uma lhama, mesas, cadeiras, uma casinha com um homem na frente, tudo feito com sal da Salina.
Sentimos-nos duplamente satisfeitos, já que um dos nossos planos era levar os meninos lá, que teve um significado pra gente. Na volta, viemos ouvindo a música “Panamericano”, que virou novo hino da viagem....


Depois das brincadeiras, seguimos para San Antonio de los Cobres, cidade onde termina a linha do Tren a las Nubes, cuja ponte virou marca registrada da província de Salta. Infelizmente nossa fofíssima “caminhoneta”, resolveu nos deixar na mão e demorou pra caramba para funcionar. Um americano que está a trabalho na região “emprestou” um pouco da energia da bateria do carro dele e depois de um tempão a fofa pegou. Carros funcionando, partimos para Salta.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Sábado, 17 de julho – Mais areia, neve, gelo, e.... areia

Levantamos de madrugada e fizemos um leve café da manhã no carro, rumo ao gêiser.
A estrada, de ripio, foi extremamente mal falada pelas mocinhas da secretaria de turismo, mas o guia nos deu uma dica de outro caminho e por lá seguimos, sem problemas.
Chegamos em Gêiser Del Tatio ao amanhecer, depois de 90km de estrada. MARAVILHOSO, mais uma vez meus olhos não puderam acreditar no que viam (frase feita, eu sei, mas foi isso mesmo). Um lindo espetáculo da natureza, que pudemos contemplar todos juntos, mais uma vez.
As águas quentes brotam do chão a uma temperatura de 85º, por isso, nem pensar em chegar perto, hein?!!!


Com o nascer do dia é possível ver com mais intensidade as “fumarolas” dos gêiseres, que contrastam com a luz do sol e o frio da manhã. Estava -5º. Como sabíamos do friozinho que enfrentaríamos a 4.300 metros de altitude, fomos equipados. O João mais parecia um bonequinho de neve, nem fechava os braços de tanta roupa: 3 meias, 4 calças, 4 blusas, 1 jaquetão, bandana, gorro de lã, capuz do moletom e 2 luvas de lã. Aliás, foi o traje de todos....


O cheiro de enxofre também é constante no lugar, nada que perturbe, mas se faz presente.
Logo abaixo dos gêiseres estão as piscinas naturais, uma com água quente e outra nem tanto... ninguém se arriscou a entrar (ainda bem!).
Saímos de lá de volta para o hostal, para carregar o carro e seguir para o Passo de Jama, rumo à Salta, na Argetina, já no caminho de volta. E a tempestade de neve nos acompanhando, sempre. Tudo por aqui ficou pintado de pó, até dentro dos quartos....
Arrumamos o carro e fizemos um lanche leve, já que o passo também está a mais de 4 mil de altitude. Era por volta das 12h. Chegamos na aduana e quando chegou a vez do Dani na fila (nota: a aduana aqui é mais tranqüila, apenas para sair de San Pedro), o chefe chegou dizendo que o passo estava “cerrado”.
O Dani entrou para falar com o chefe Aduaneiro para perguntar se o Passo de Sico também estava fechado, ele disse que se um estava o outro também, mas como estavam sem telefone somente os Carabineiros poderiam responder a essa pergunta, Dani com sua “teimosia”, foi atrás dos Carabineiros para perguntar, o gentil guarda telefonou para a Aduana do “Passo” para certificar que realmente estava fechada, disseram que no Chile estava aberta, mas na Argentina eles não sabiam e iriam se certificar, para aguardarmos e logo eles iriam até o lado Argentino perguntar e nos dariam a resposta (em tempo as duas aduanas não tem comunicação, precisam rodar 20 km de ida e 20 de volta para uma resposta) . Impressionante como é falho todo o sistema.
Já eram mais de 4 da tarde quando decidimos ficar mais uma noite em San Pedro para não correr o risco de pegarmos estrada de noite...
Aí a saga da procura por hospedagem continuou. Voltamos ao hostal que estávamos e já estava lotado. A simpática recepcionista que atende lá nos ajudou nas ligações para procurar um lugar.... a maioria lotado.
Encontramos um hostal muito simpático, El Monte. Lá ficamos e jantamos espaguete...
Nota: lá falamos BOM DIA, ai que saudade de ouvir nossa língua... rsrs

sábado, 17 de julho de 2010

Sexta-feira, 16 de julho – o pó continua

Na sexta-feira de manhã fizemos nosso café da manhã ao ar livre, no hostal, e saímos para conhecer o povoado e procurar nossos passeios. Fomos para as termas de Puritama, mas a entrada era de $10 mil pesos chilenos por pessoa. Mas não foi só o preço que nos afastou dos banhos termais. Estava uma ventania incrível, que mal conseguíamos ficar em pé... só descemos para conhecer e fotografar e partimos em retirada. Antes de sair encontramos um guia que nos deu dicas de passeios e caminhos, sendo o principal: os Gêiseres Del Tatio. Fomos para o Salar do Atacama, conhecer as lagunas de Cejar e de Piedra. São lagoas, no meio das salinas, que pode ser usada para banho no verão. Lá nenhum corpo afunda, por conta da alta salinidade da água... essa não pudemos curtir, nem precisa dizer por quê...
O vento estava pra lá de forte e a certa altura da estrada não conseguíamos enxergar um palmo a frente do nariz! Estávamos no meio de uma tempestade de areia...
Seguimos para o povoado de Toconao, com seus 550 habitantes. A cidade estava simplesmente deserta, não tinha uma alma viva, a não ser os cachorros, na rua. Encontramos uma empresa, com uma pracinha e resolvemos pedir para almoçar no refeitório deles, já que não tinha lugar sem areia para comer. Tudo era pó.
Eles gentilmente nos deixaram entrar e até ofereceram ensaladas e pan. Foram muito gentis.


Comemos bem nossos lanches, com tomates, cenouras, azeitonas, o pão doado, queijo, batatinha frita de pacote gigante e suco de maça. Aí, os meninos: “Isa vamos levar o rótulo para o seu pai?” (Nota: meu pai coleciona rótulos da coca-cola). “Vamosssss”. Mais um pra coleção.
Decidimos voltar para arrumar as coisas, já que sairíamos por volta das 5 da manhã para conhecer o gêiser. Fomos a um café, no centro da cidade, atualizamos o blog e os e-mails e fomos agraciados com uma apresentação de um simpático mágico argentino, de Tucuman, em inicio de carreira. Talentoso.
Voltamos e preparamos um caldo para o jantar, pois a recomendação era comer algo leve e pouca quantidade para nos preparar para o passeio do dia seguinte e a passagem para a Argentina.

Quinta-feira, 15 de julho – depois da neve, pó, muito pó

Uma tempestade de areia nos acompanhou durante nossa estada em San Pedro de Atacama

Tomamos café da manhã dentro do carro, seguindo para o Atacama. Paramos em Calama para fazer umas comprinhas, já que a cidade é grande e encontramos um supermercado grande. Realmente, o guia acertou nessa. Calama serve de passagem para quem segue ao Atacama, a cidade não tem charme, nem nada atrativo. A cidade é essencialmente movida por mineradoras, então....
Tentamos conhecer as minas de cobre de Chuchucamata, a poucos quilômetros, mas só haveria vagas para dali a 15 dias.... ficamos na saudades.
Pé na estrada mais uma vez, chegamos em San Pedro de Atacama no início da tarde. Impressionante mais uma vez, é incrível como o deserto pode ser lindo, mesmo com toda a aridez... Fiquei mais uma vez me sentindo pequena diante de tanta magnitude.
A cidade se resume em 4 ou 5 ruas, apenas, sendo duas delas destinadas ao “passeo peatonal”, ou seja, uma espécie de calçadão só para pedestres. Todas as construções conservam as características dos povos andinos, erguidas em adobe e cobertas, em alguns casos, com uma espécie de palha ou bambu. Tudo rústico, mas lindo e bem feito.
Procurar uma hospedagem foi uma luta diferente das demais. Os que não estavam lotados cobravam os olhos da cara. San Pedro de Atacama é totalmente turística, então, né, época de temporada alta.....


Percorremos algumas, tudo lotado. Então fomos ao centro buscar informações na secretaria de turismo, sobre hospedagens e os passeios. As duas atendentes são meios lerdas, então se quiser informações turísticas, procure uma agência, rsrs.
Encontramos um pequeno hostal, com banheiro privado, outro diferencial por aqui, já que cobram muito a mais dos quartos com banheiros compartilhados.
Durante a busca, estranhamos o vento que começava a bater, incessante. Nos instalamos e ficamos no hostal, para descansar.

Quarta-feira, 14 de julho – estrada

Saímos super cedo, já que nosso objetivo era chegar o mais perto possível de San Pedro de Atacama. Seguimos rumo a Calama, mas paramos para jantar em Antofagasta. Cidade grande, é a capital da província de mesmo nome, com grande importância econômica para a região norte do Chile. O forte no pedaço (entende-se tudo por aqui ao norte) é a mineração, essencialmente cobre. Bom, o jantar merece uma citação. Seguimos uma sugestão do guia e paramos em um restaurante chinês, que de acordo com nosso guia, poderia ser de tudo um pouco.... ledo engano.
O jantar foi hilário. A atendente não falava quase nada de espanhol, e traduzir o cardápio foi demais.... ainda bem que o Dani tem bom ouvido, porque se dependesse do resto, iríamos comer jilós...
Depois da refeição, que apesar de engraçada, estava boa, fomos procurar um lugar para dormir por lá mesmo e iríamos para Calama na manhã seguinte. Encontramos um hostal, bem simples, mas que cabia no bolso.... o quarto era verde.

Em Antofagasta, os meninos foram "provar" as águas geladas do Pacífico

Terça-feira, 13 de julho – passeio cultural

Depois de um dia de neve e águas congeladas, acordamos para conhecer o Valle Elqui propriamente dito. Por aqui, dizem que o Valle começa na estrada que sai de La Serena até Vicuña, mas o vale meeeeessssmo está no Pisco Elqui, um povoado bem pequeno, mas lindíssimo.
É indescritível o poder da natureza. Passamos por montanhas totalmente secas e, por entre elas, uma vale de plantações diversas, essencialmente uva para a produção do pisco.
Existem plantações até nas montanhas, todas cobertas com uma espécie de filo. Acreditamos que sejam para proteger as plantações do sereno e da “neve”.
Entre os passeios pelos diversos pontos turísticos, os meninos saíram em busca dos gogos. Alguém conhece?! Pois é. Eu não, aprendi mais uma com eles...
Aliás, essa viagem certamente não seria a mesma sem eles... quando pensamentos que o cansaço bateu e que o desanimo da sinais de que ira tomar conta do carro, eles aparecem com uma piadinha ou brincadeira que levanta o astral de todos! Pique renovado!!!
Bom, para a felicidade geral da nação, eles completaram a coleção, eeebbbaaa! Em cada botequinho que vendia sorvete estavam eles lá, perguntando “Hay gogos?!”
Bom, subimos pelo Pisco Elqui e perdemos a conta de quantos povoadinhos conhecemos.
Primeira parada: conhecer a produção do pisto. Exatamente igual à cachaça brasileira, apenas mudando a fruta... Conhecemos a produção do Pisco Fuego, da destilaria Abba. Produção totalmente artesanal e familiar.
Depois do pisco fomos para Montegrande, terra da poetisa Gabriela Mistral. Conhecemos o Museu, que era a casa/ escola e o correio onde a família de Gabriela viveu. Bem, a mãe tomava conta do correio local e a casa onde viviam também era uma escola.
O museu é bem pequeno e com algumas fotos da vida de Gabriela Mistral, assim como o quarto onde viveu parte da vida com a mãe e uma meia-irmã e o premio Nobel de Literatura concedido a ela, nos anos 40. O primeiro a um escritor latino-americano.
Mas há uma falha: no local não há nenhum resumo ou breve histórico da vida da poetisa. Tudo que sabíamos buscamos nos livros e nos guias que compramos para a viagem. Em Vicuña há outro museu, grande, sobre ela, mas ainda sim não justifica a ausência de informações no museu de Montegrande.... mas valeu o passeio.
Depois do passeio cultural, fomos para um povoado lá perto, especializado em artesanias (artesanatos). Ficamos impressionados com a qualidade dos trabalhos e com a organização dos artesãos. A prefeitura construiu vários quiosques, em uma praça gigante, para abrigar os artesãos e suas obras. Tudo muito charmoso e convidativo para gastar... rsrsr.
Já no fim do dia, retornamos para nossa cabana, onde o Kauê colocou seus dotes culinários a prova e nos preparou uma excelente sopa de saquinho... estava deliciosa.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Segunda-feira, 12 de julho

O céu do Valle Del Elqui é considerado o mais limpo e um dos 5 melhores do mundo se para observar as estrelas. Aqui existem cerca de 4 observatórios, sendo um municipal (Cerro Mamalluca), 2 particulares para turistas (Pagne e outro que já esqueci) e um profissional, Cerro Tololo.
Por essa característica, também atraiu os olhares de místicos, que acreditam no poder da energia dessa região e, por isso, há opções de massagens, terapias holísticas, entre outras.
O domingo amanheceu lindo, ensolarado... e frio! Organizamos nossas coisas e partimos para novo passeio, desta vez, para o objetivo da nossa expedição, que seria o Valle Del Elqui propriamente dito. Na verdade, o local se chama Pisco Elqui, um povoadinho bem pequeno.
A visão é simplesmente impressionante, sei que estou sendo repetitiva nesse sentido, mas é verdade, rsrsrs. Lá a produção de frutas é gigante, mas a uva é o forte do pedaço, com destaque para a produção de pisco, um tipo de aguardente destilada a partir da uva.


O vale é cercado com montanhas totalmente secas, com aspecto totalmente árido, mas com aquele vale verde, produtivo, cheio de vida. Não dá pra descrever, é maravilhoso.
Depois de um breve passeio, seguimos para La Laguna, um dique próximo ao Passo de Águas Negras, justamente aquele que queríamos passar.... o policial que nos atendeu disse que poderíamos passar, mas com cautela. Havia um puma solto na região.... básico.
Além disso, próximo à lagoa (e a fronteira com a Argentina) havia muita neve no caminho, então a orientação foi para seguir a pé.

Fomos de carro até a lagoa, e quando chegamos, surpresa geral: estava congelada!!!!! O Dani e os meninos fizeram várias fotos, que ficaram lindas.... seguimos nosso caminho por volta da lagoa e ops! Parada: neve (e muita!!!) fechou a passagem.


Partimos de volta para nossa cabaninha quentinha. No caminho de volta Dani sugeriu escolhermos uma música para marcar nossa expedição. Cada um escolheu uma e votamos. A regra era não votar na própria música (por que será?!!!!!)
Kauê sugeriu “O-bla-di,O-bla-da”, dos Beatles.
Dani optou pela xxxx, da Amy Winehouse,
Yan selecionou um blues, que o nome ficaremos devendo...
Eu escolhi Viva La Vida, do Coldplay.
Até o João participou... escolheu a trilha da bananinha dançante, rsrsrs. Uma figura engraçada do Ipod touch do Kauê. Venceu os Beatles, com 3 votos favoráveis: meu, do Yan e do João Pedro. Kauê votou na música do Yan e Dani votou na minha....

Domingo, 11 de julho – As estrelas aos nossos pés

Nossa cabana, na verdade, era a casa de um dos filhos de Maria Raquel, que está estudando na Nova Zelândia. Uma gracinha, mas tivemos problemas com a água quente e trocamos para a cabana da frente, maior e tão boa quanto.
Levantamos cedo e fomos passear pela região. No dia anterior fechamos o passeio no observatório de Pagne. Geralmente eles trabalham com grupos escolares, mas demos sorte por conta do eclipse solar.
Encontramos o grupo por volta das 14h30 na Praça central de Vicuña e seguimos em comboio até o cerro do observatório. Cerca de meia hora de caminho, chegamos.
O observatório Del Pagne (lê-se panhe) é particular, construído também como atração turística. Geralmente os passeios são noturnos, com data e horas agendados previamente, mas o eclipse abriu uma exceção.
Por volta das 16h (hora local, com 1 hora a menos que o Brasil), o eclipse começou...


recebemos os óculos especiais, com filtro 90% para ver o espetáculo que, infelizmente, de onde estávamos seria visto parcialmente. Nota: o lugar mais indicado para ver o eclipse (total) foi a Ilha de Páscoa.
No começo do passeio, acompanhamos uma breve apresentação em slides, sobre o eclipse. Muito legal. Depois pudemos ver o sol ampliado em 300 vezes, com um telescópio de 60 cm de diâmetro, com assessoria de 2 profissionais, que pacientemente respondeu todas as perguntas que fizemos.


Todos nós ficamos fascinados, e brincamos com as máquinas para tentar a melhor imagem do eclipse.... O cenário começou a mudar por volta das 17h, quando a amiga lua se despediu do amigo sol.
Ficamos para o anoitecer e ver alguns planetas e estrelas no belo céu de Vicuña. Emoção geral. Ficamos sem palavras para descrever a emoção de ver planetas que só víamos nos livros ou na internet.... Vimos Vênus e Saturno, com seus anéis. (Nessa demos sorte também. Saturno leva 16 anos para ficar com os anéis na linha horizontal).
Depois dos planetas, vimos algumas nebulosas e estrelas mais famosas, que agora me fogem os nomes.
Descemos de volta para nossa cabana por volta das 21h. Ao voltar descobrimos que a Espanha levou a Copa.


O Kauê estava com os óculos especiais quando eu fotografei o Dani fotografando... quando mostrei pra ele, nem precisa dizer a piadinha....

Rumo ao Chile – sexta-feira, 9 de Julho


No dia seguinte, arrumamos as coisas e partimos para o passo Los Libertadores, para atravessar a fronteira com o Chile.
Pegamos o mesmo caminho do Parque Aconcágua, onde vimos o “cementerio andinista”, o cemitério onde estão enterrados alguns desbravadores que não conseguiram vencer a natureza do Aconcágua. Também passamos por alguns povoados e pela Ponte del Inca, como o próprio nome já diz, tá lá pra ver e viajar na história pré-andina.
Bom, momento histórico deixando pra trás, novas visões deslumbrantes dos Andes cobertos de neve tomaram conta de nossos olhares. Todos praticamente mudos dentro do carro, contemplando tudo aquilo. Como somos um nada....
Esse passo é o mais comum a ser utilizado e, por isso, o mais movimentado também para caminhões. Encontramos muitos pelo caminho.
Próximo à aduna pegamos um transito... na verdade era a fila de carros que aguardavam a travessia. Todo o tramite levou pouco mais de 2 horas.
Ficamos na fila, entramos no galpão, estacionamos o carro e seguimos para a aduana argentina registrar nossa saída. Em seguida, nos dirigimos ao guichê ao lado e registramos nossa entrada no Chile. Simples, mas nada prático, meio desorganizado até.
Bom, depois disso a agente da aduana chilena veio revistar nossas bagagens. Tivemos que tirar tuuuuudo do carro pra ela olhar as malas. A essa altura, já estávamos craques na sequência mais certa para as malas que nem deu tanto trabalho. Liberados, voltamos para nosso roteiro: chegar ao Valle de Elqui.
Resolvemos seguir aquele dia mesmo para La Serena. Uma puxada, mas que deu tudo certo.
Acabamos parando em Coquimbo, praticamente colado com La Serena. Encontramos um hotel (caro, mas não muito), ótimo, com café-da-manhã. No dia seguinte, saímos não tão
cedo, já que Vicuña ficava a apenas 2 horas de estrada e fomos fotografar a cidade, que é encantadora.
Tanto Coquimbo, como La Serena são lindas, cidades super charmosas. Fotografamos tudo e passamos pela avenida Costaneira e outra surpresa: pelicanos, muito pelicanos. Mais uma parada para fotos e vimos o quanto eles são companheiros, havia muitos e todos andam sempre juntos.
Quando estávamos fotografando alguns na água, avistamos uma foca, que começou a fazer carinhas pra gente (tudo achismo, claro). Começamos acompanhá-la para registrar a melhor carinha quando a surpresa triplicou, eram três, na verdade. Foi super legal, todos gostaram!


O acesso a Vicuña, principal cidade do Valle, foi tranqüilo e muito bonito. Logo ao entrar no Chile já notamos as diferenças de limpeza e organização, e seguindo para o interior do país, a impressão continuou.
Chegamos cedo e fomos procurar hospedagem em diversos vilarejos no caminho. Acabamos parando para almoçar no restaurante em frente ao museu Gabriela Mistral, onde fomos atendidos pela simpática Maria Ines, que nos indicou um hotel bacana.
Infelizmente o hotel estava lotado e a proprietária indicou uma cabana, da prima dela, Maria Raquel, que fica em um povoado logo a frente, San Isidro. Ela nos atendeu muito amavelmente e fechamos com ela (depois de muuuuita pesquisa). Ela e a filha nos receberam com muito carinho, organizaram a cabana e nos deixaram super bem instalados.


segunda-feira, 12 de julho de 2010

Parque Aconcágua – neve prá cachorro

Fiquei sem ar. A neve é uma delícia, rsrsrs. Desde que bem agasalhados, rsrsr. Como estava um frio daquele, colocamos camadas extras de roupas e levamos uma troca para cada um, já que a neve molha né.... Primeiro fomos ao Parque Aconcágua. Pagamos $6,00 e fomos caminhando 2 quilômetros acima da base, para avisar o Aconcágua. O João estava numa animação só, dava gosto de ver. Adorou brincar na neve. Os meninos, então, nem se fale, estavam super felizes com o passeio e também de brincar na neve com o João. Claro que teve guerrinha de neve e o JP levou uma boa, rsrsr.

Andar na neve não é mole. Deu até calor, rsrsr. Subimos até um estacionamento para descansar, tomar um pouco de água e continuar a caminhada. No verão o caminho é aberto para subir com o carro, mas nessa época do ano está todo tomado pela neve, então só andando mesmo.
Em alguns pontos, andamos pelo calcamento e em outros, atolamos até o joelho de neve, aí era tombo na certa.
Depois de vencido o Aconcágua, (rsrsrs), seguimos para a estação de esqui, onde nossos “cuolopatins” aguardavam a brincadeira.
Primeiro desafio foi subir a montanha de neve, ufa, dá uma canseira. Aí, sentamos cada um em um esqui-bunda e o Dani levou o JP no dele... e morro abaixo.
Foi prá lá de divertido e para a marinheira de primeira viagem, até que me saí bem. Na segunda tentativa, peguei um morrinho artilheiro e pof, tomei o maior tombo... mas já estava láaaaaa no finalzinho do caminho (menos mal).
O Kauê foi o seguinte a levar o João, depois colocou ele sentado e ficou puxando como trenó.... olha a cara!

Ainda ficamos por mais algum tempo e tão logo o sol começou a cair, pegamos o caminho de volta para o hotel, o frio era demais. Ainda com sol, o rosto congelava e era difícil até pra falar, rsrs.
Bom, retornamos, com destino ao banho quente. Depois do jantar, desmaiamos....

NEVEEEEEEEEE

Chegamos a Uspallata com os nervos bem nervosos. Seguimos de San Juan a caminho de Mendoza e decidimos ir pelo caminho antigo até Uspallata, ou seja, passando por uma estradinha de rípio que passa pela Cordilheira, em Termas de Villavicencio. Bom, roteiro definido, pé na estrada mais uma vez, ou melhor, rodas na estrada....
Estava indo tudo muito bem quando (depois de muitas tosses dentro do carro) paramos para comprar mel. O problema é que fizemos um retorno bem próximo de um posto policial, a poucos quilômetros de Mendoza. Compramos o mel e na volta o que é que deu? Isso mesmo, fomo parados por um policial.
Ele pediu para o Dani descer do carro pois não estava acreditando muito em nossos documentos, aí ele resolveu aplicar uma multa de $ 2 mil, pois o Dani ainda não tinha ligado os faróis quando voltou pra pista (depois de comprar o mel). Nota: aqui o farol é obrigatório por lei durante o dia também.
O Dani aceitou a multa e o policial começou a enrolar pra preencher o papel, começou a fazer um pouco de terrorismo, dizendo que nossos documentos ficariam apreendidos, um montão de baboseiras até o Dani oferecer $ 100 (pesos) para não aplicar a multa. Claro que ele achou pouco e reclamou, mas aí Dani disse que eu sou jornalista, ele fotógrafo e que estávamos em um safári fotográfico que irá se tornar um trabalho para publicação, inclusive com oferta do governo argentino. Aí ele resolveu amornar a situação e acabou aceitando a grana. Nem precisa dizer que novamente fiquei p.... da vida, querendo subir no pescoço daquele carabineiro sem vergonha. Joguei aquela praga básica, que as mulheres podem desejar aos homens, (pois não volta) e seguimos em frente.
Raivas à parte tomamos o caminho escolhido e lá fomos nós.... estrada bem simples, no começo, com asfalto meio ruim, mas com um visual incrível. Chegamos a um hotel que possui termas e logo acima está aberto para visitação (a pé) das ruínas de um antigo hotel termal que foi destruído por uma avalanche andina. Decidimos seguir em frente.
Subindo, subindo e subindo a Cordilheira, avistamos um grupo de vicuñas e saímos com as máquinas em punho. Paramos o carro mais distante do grupo e o Dani foi caminhando ao encontro deles.... a certa altura veio o pedido que eu temia: “Isa, vem dirigindo até aqui, que eu vou fotografando...” Tá loco Dani, nem morta que vou pegar a Tracker em plena Cordilheira, com os 3 dentro do carro!!!!” – “Claro que vai, deixar de onda e vem logo com esse carro (rsrsrs)!”
Aí, ouvi vozes no carro me dizendo: “Vai Isa, você consegue, a gente te ajuda”. Vocês acham que depois de uma força dessas eu amarelei?
Pois bem, fui para o volante, pegamos o papai Dani e continuamos a subir, desta vez com a Isa na direção... Claro e evidente que morri de medo, mas fui. Todos me deram a maior força e foi tudo tranqüilo.
Bom, depois das fotos Dani assumiu o “leme” e seguimos a Uspallata.
Paramos em um mirante a 3100 metros de altitude, em um dos pontos da Ruta Sanmartinianas, que é uma via sacra, que alguns corajosos enfrentam caminhando, e que passa pelo caminho que o libertadore General San Martin, fez. (Nota: Gal. San Matin participou ativamente do processo de libertação da Argentina, Chile e Peru, da Espanha, sendo o primeiro a obter êxito).
Voltando.... Chegamos lá no fim da tarde com um visual lindo. Diversas árvores altíssimas margeiam a pista até a rotatória central da cidade. Lindo mesmo.
Paramos no posto de informações turísticas e depois fomos procurar hospedagem. Encontramos um hotelzinho bem simples, mas com camas em dia e água quente. Era um hotel tocado por um casal de senhores. A mulher era bem esperta, mas o marido já era bem de idade e aí, cheio de manias e por isso, desta vez quem dançou foi o Dani. No meio do banho dele, o velinho desligou o aquecimento e da-le água fria. Aí, fui lá, com o meu portunhol sofrível e pedi para que religasse o aquecimento....
Com a programação na mão, dia seguinte seguimos rumo ao Aconcágua. Alugamos sapatos para neves e nosso “cuolopatins”, ou ski-bunda para os brasileiros.
SIMPLESMENTE INDESCRITÍVEL!!! O visual do caminho já começou tirando o fôlego de todos: os picos da cordilheira branquinhos de neve. Surpreendente, principalmente para a caipira aqui, que nunca tinha visto neve na vida, e pra somar, nos Andes!!!!
Bom, para dar um refresco, o Aconcágua fica para o próximo post...

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Passagem por San Juan – Compras

Saímos cedo do Valle Fértil e seguimos para San Juan, onde chegamos por volta do meio-dia. Papai e os meninos foram ao banco e João Pedro e eu fomos dar uma volta pelo quarteirão. Adoramos a cidade, bem arborizada, super organizada... Mas em alguns pontos também encontramos lixo pelo caminho, na estrada e na cidade. Aqui a produção de vinho também é destaque e para podermos passar com o carro precisamos fazer uma desinfecção na barreira fitossanitária. Pagamos $2,00 (pesos argentinos), o agente revistou o carro e passamos por uma ducha de “desinfetante”. De acordo com a placa no local, o objetivo é o controle de mosca de fruta e cucaratchas...
Como chegamos à cidade na hora da siesta (das 13h às 17h, mais ou menos), paramos para comer e depois fomos a um centro de informações turísticas onde pegamos algumas reverências de hotéis. Ficamos com o Hotel Suizo. Charmoso, bem simples e com o atendimento da simpática Maria (em compensação, a proprietária do local ficava sentada perto da recepção do hotel, onde tínhamos que passar para os quartos, com um lenço na cabeça, uma verruga gigante na testa, em frente a uma TV que tinha mais chuvisco que imagem. A velha espantava qualquer um...).
Check-inn feito partimos em busca das blusas de frio e mochilas, já que Yan e eu estamos com malas precárias e nós 3 precisávamos de jaquetas pesadas para o frio. Passeamos pelo centro da cidade, que reviveu depois da 5 da tarde, muito engraçado... Buscamos preços em 4 ou 5 lojas e escolhemos nossas vestes. A mochila ficou para a próxima... Feito isso fomos em busca de wi-fi zone.
Nessa parte entrou em ação o maridão, que já sabia do meu desejo de tomar um café no Havana... prá lá que fomos.
Apesar da lentidão conseguimos atualizar alguns posts do blog... nem e-mail conseguimos ver, mas tá valendo.
No posto de informações turísticas descobrimos que o passo que escolhemos para entrar no Chile (Paso de Águas Negras) estava fechado. Durante todo o inverno. Conclusão: tivemos que mudar trajeto e justamente passar por onde não queríamos, por ser o caminho mais comum, que é por Mendoza.
Resolvemos aceitar a sugestão da atendente do posto e vamos para Uspallata, e claro, “mirar” o Parque Provincial Aconcágua, cujo pico atinge os 6.900 metros de altitude.

San Agustin de Valle Fértil – em companhia do Dinos

Chegamos na Villa de San Agustin no domingo, à noite, e encontramos uma cabana charmosa, com dois quartos, banheiro e cozinha.
Fechamos por duas noites, depois de procurar umas 4 ou 5 do tipo. O comum por lá é justamente o esquema de cabañas, há poucos hotéis. Acredito que só um....
Mas como não podia deixar de ser, fomos também assediados pela polícia caminera local... em mais de 3 mil quilometros de estrada um guarda nos parou (como já havíamos passado anteriormente), e pediu os documentos. Mostramos o documento do carro, a carteira internacional e o seguro carta-verde. Ele não encontrou a data de validade do seguro e pediu para encostarmos o carro. (obs. Aqui os pontos de fiscalização são no meio da estrada mesmo, barrando todo o trânsito...). Mostramos a ele o período do seguro (de 30 dias). Aí veio. Como estava tudo em ordem e ele não tinha mais criatividade para inventar alguma coisa (e também graças a simpatia do Dani...) ele perguntou se nós não nos ofenderíamos se ele nos pedisse uma ajuda para comprar água para o banheiro, pois era uma região difícil para encontrar água... pode?!!! Aí veio a pergunta: se a região é difícil de encontrar água, pra que o dinheiro para comprá-la?!!!! Nem precisa falar que fiquei revoltada e o Dani rindo de mim.
Mas, como não se tem o que fazer, engoli minha raiva do guarda trambiqueiro e seguimos em frente.
Entrando na cidade, pedimos informações na empresa Paula Tour, que organiza excursões para os parques da região e fomos muito bem atendidos pelo Mário, da agência.
A estrada nessa parte da viagem já começou a mudar... e bastante. Já avistamos os primeiros cardones, espécie de cactus comum nessa região desértica e que cresce em diversas altitudes, de 1.400 a 4.500 metros. Além disso anotamos aqui outra grande diferença: a estrada é cheia de ondulações, mais parecia uma tobogã a céu aberto. Foi diversão para os meninos.... Mas como era noite, a adrenalina foi bem levinha, rsrsrs.
Dani e eu quebramos a cabeça para tentar adivinhar o motivo pelo qual não fizeram uma terraplenagem, por exemplo, e nivelaram a estrada... enfim , questões de engenharia a parte, as retas ainda fizeram parte de alguns trechos do caminho.
Na manhã seguinte tomamos nosso café na cabana e pé na estrada. Nos indicaram um caminho alternativo, de terra (rípio), com algumas manifestações indígenas: o Pedra Pintada, onde estão algumas inscrições rupestres (acesso difícil) e o Morteros Indígenas, onde tem alguns artesanatos em barro pintados como nos ancestrais do povoado. O problema é que há pouca sinalização e os locais são particulares e aí... depende da vontade do dono...
A estrada é simplesmente maravilhosa, encravada no meio da montanha, com pequenos riachos, e aquela vegetação típica de áreas desérticas, ou seja, vegetação bem rasteira, com árvores espaçadas umas das outras, geralmente cheias de espinhos e muitos, muitos cardones. Há também muitos animais pastando, como mulas, vacas e cabras, que são os mais comuns.
Fizemos esse passeio no período da manhã, e como um bom safári fotográfico, milhões de paradas para “sacar las fotos”. Aí nós três: Kauê, Yan e eu, brincamos um pouquinho com a “maquininha” do papai Dani... como não resolve uma máquina poderosa se não são os olhos do fotógrafo, rsrsrs.
À tarde fomos ao Parque Nacional de Ischigalasto, onde foram encontradas as maiores variedades de espécies de dinossauros. Lá os paleontólogos encontraram fósseis de mais de 200 milhões de anos.
A visitação é guiada e cada família vai com o seu carro. O guia foi de carona no carro da frente, que puxou o comboio e fomos fazendo algumas paradas, para conhecer as diversidades de rochas existentes no parque. É impressionante. É difícil até de descrever o lugar... a diversidade de paisagem é muito grande.
Conhecemos a área da “Cancha de Bochas”, as rochas que parecem um submarino. De acordo com o guia, essa rocha pode desaparecer a qualquer momento, pois os constantes abalos sísmicos condenam as delicadas ligações entre elas e a qualquer hora, se houver um grande abalo, o submarino poderá deixar de existir.


Em seguida fomos a um paredão enorme, onde os condores costumam fazer seus ninhos. Vimos dois voando próximos, mas não o suficiente para uma boa fot.
Depois de conhecer o parque, ou melhor, parte dele (apenas 8% do parque está aberto a visitação, já que apenas 18% da área foi explorada e catalogada pelos historiadores), seguimos para o Museu, na estrada do parque.
No Museu estão os fósseis do primeiro dinossauro encontrado no parque, assim como alguns outros, juntamente com painéis com fotos que mostram as escavações e a provável causa da morte de cada um. Passeio incrível, que nos deixou (todos), inclusive o JP, impressionados.
Saímos do parque no fim do dia, já que friozinho, e seguimos para cabana. Mas em seguida resolvemos buscar sinal de internet, para mandar notícias para as famílias e também atualizar o blog, mas aí...... nada feito. Precisamos esperar até o dia seguinte, ao chegar em San Juan (capital da província de mesmo nome), para conectar em um cyber café.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Parada em Quimilí – Dormindo com o Sally

Antes que alguém pense alguma maldade não, meu marido não me traiu e eu tampouco a ele, mas nós dormimos com o Sally!!!!
Fomos para Quimilí depois de uma viagem um pouco cansativa, já que as retas continuaram nessa parte da estrada. Chegando, à noite, a cidade parecia fantasma... poucas pessoas na rua, tudo a meia-luz... mas era um ledo engano. Procuramos uma hospedagem e encontramos uma bem esquisita, mas com camas e chuveiro quente.
Havia uma festa na cidade, era sexta-feira, e todo mundo foi curtir a festiva agrícola e nós?!!!! Claro, ficamos sem dormir.
Descarregamos felizes o carro, poucas coisas apenas para a pernoite e paramos na recepção do hotelzinho, onde tinha a sala de TV e as mesas para o dasayuno, e jantamos frutas que encontramos na quitanda onde pedimos informação.
Fizemos nossa pequena ceia e subimos para o quarto, detalhe: ao conhecer a hospedaria, fomos apresentados somente ao quarto dos meninos, com duas camas e edredons. Colocamos as duas camas juntas e usamos os sacos de dormir para preencher o meio para o JP dormir com eles. Depois de instalar os meninos fomos ao nosso quarto, em frente ao deles, para definir o destino do dia seguinte.
Ao chegar no quarto, risada geral: havia uma colcha horrorosa na cama, azul, de pelo alto, que mais parecia o Sally, o simpático monstro grandalhão do filme Monstros S&A. Os meninos quase enfartaram de tanto rir e nem preciso dizer que fomos alvo de piadas por uma boa parte da viagem.
Quimilí realmente foi um capítulo à parte. Se não bastasse a festança rolando na esquina do hotel havia três caminhonetes paradas embaixo da nossa janela com cães na caçamba e dale latido a noite toda. Para completar a baderna, galos cantando a cada 2 horas. Acha que alguém dormiu? Pois é.
Quando acordamos fomos tomar café da manhã e encontramos vários senhores, (donos das caminhonetes), portando simpáticas espingardas com canos de quase 1 polegada. Aí descobrimos nossa roubada: eram caçadores (com seus cães de caça), e ali era parada para eles.
Bom, risadas à parte decidimos seguir para Santiago del Estero. Dormimos em Recreo.. ficamos em um hotelzinho bem simples, todos no mesmo quarto, com café-da-manhã. Outra curiosidade: em cidades do interior, com hotéis pequenos, o café é servido na mesa, ou seja, não podemos medir a quantidade de leite no café e nem escolher o pão que queremos.... e nessa a mamãe aqui dançou: eu não agüento café-com-leite!!!! No máximo um pingo de leite no meu balde de café, rsrs. Mas como isso também faz parte da aventura, seguimos em frente assim mesmo.
No fim da tarde fomos conhecer um dique... fizemos algumas fotos com o sol se pondo. Foi lindo também.
Aqui merece outra observação: encontramos muito lixo em vários lugares que passamos, na estrada e em alguns pontos de visitação. Realmente uma pena, falta de conscientização dos freqüentadores e também de alguns moradores.
Em geral as estradas estão boas e bem sinalizadas, apenas o trecho até Recreo que o asfalto foi bem ruim. E bizarro também: há apenas uma via asfaltada, bem no meio da estrada. É isso mesmo: como passam os carros nos dois sentidos?!!! Aí vai o bom senso dos motoristas. Cada um em meia pista e vamos em frente.
Antes de irmos ao dique fomos pedir informações em uma loja de peças e o rapaz que atendeu o Dani foi extremamente simpático. Abriu o mapa no Google (Santo Google), e mostrou como fazíamos para conhecer a região. Aí descobrimos que escolhemos um hotel para caminhoneiros, de acordo com ele. Esse rapaz informou que em um povoado ali perto (Icaño) tinha uma cabaña muito mais charmosa. E de fato era. Nós a conhecemos quando voltamos do dique pela estrada alternativa que ele nos indicou. Aproveitamos e resolvemos jantar por ali mesmo, em um restaurante bem charmoso.
Os meninos pediram macarrão e nós, a sugestão da casa: cabrito. Outra roubada federal: o cabrito estava cheio de osso, gordura e sem carne, rsrs. O que salvou o Dani (que detesta carne gordurosa) foram as empanadas árabes, bem parecido com as nossas sfihas.
Depois da aventura, sem emoção, dormimos a noite toda (graças a Deus!).
Dia seguinte arrumamos o carro bem cedinho e partimos para as Salinas Grandes, em Manilla, um povoado perto de Recreo. Foi no domingo, então estava tudo super tranqüilo. Nos divertimos muito com as fotos, e “lambendo” o sal. Essa ficou pro Kauê!!!


Depois das Cataratas

Desculpem a demora pessoal, mas tá difícil parar e tá difícil achar net por onde temos passado, mas vamos lá... atualizações....

Conhecer as cataratas do lado argentino foi simplesmente maravilhoso. Os meninos adoraram. Vimos guaxinins ou algo desse tipo, pelo parque. Eles estão acostumados com a presença de humanos que os guardaparques expulsam os bichinhos de perto da lanchonete ou lixeiras.
Dormimos mais essa noite em Foz do Iguaçu e partimos para a nossa aventura, mas antes o dilema de sempre: reorganizar as bagagens no carro e aí, os planos de viajar cedo foram por água abaixo.... saímos da pousada já tinha passado das 10 da manhã.
Nesse dia programamos uma “pernada” de 800 km, até Corrientes, com algumas paradas para esticar as pernas, revezar o motorista e abastecer o carro. Os lanchinhos fizemos dentro do carro, com o kit que trouxemos de Socorro.

Pé na estrada, todos felizes, cantando e rindo de qualquer bobagem pelo caminho... apesar de ter sido uma boa distância o cansaço não foi dos piores. O único problema foi a estrada até Corrientes, ou melhor, a província do Chaco as estradas são sempre retas, retas, retas e retas. Na verdade retas intermináveis, rsrsr. E o mais impressionante é que a paisagem não muda, grandes pastos intercalados com algumas plantações de Pinus e loooooooongos pastos novamente. Os meninos também se impressionaram ao olhar para o horizonte, que não se via o fim, tudo reto, plano, sem grandes árvores... enfim, nada de realmente valha a pena.

Chegamos em Corrientes na quinta-feira, 1º de julho, umas 7 da noite e fomos em busca de nosso hostal: Benvenida Golondrina. Uma casa antiga, de 1910, transformada numa espécie de hospedaria, com grandes quartos comunitários. Ficamos em um com 3 beliches. Tudo muito bem cuidado e carinhosamente pensado. Sem muita decoração, o charme do lugar ficou por conta dos detalhes da casa, como a pintura, o banheiro com torneiras antigas, portais gigantes com vitrais e os afrescos do teto totalmente restaurados.

Dani aproveitou as paredes vermelhas com uma escada e uma bicicleta cuidadosamente colocadas sem preocupação, ali, sem pretensão, e claro, fez umas fotos... lindo lugar. Lá o banheiro é de uso coletivo, ou seja, 3 “baños” separados e 2 chuveiros. A cozinha também é comum, ou comunal como diz por aqui. Os hóspedes podem levar seus mantimentos e preparar suas refeições lá. Fomos muito bem recebidos e ficamos bem acomodados...

Após a acomodação, procuramos um lugar pra comer e encontramos uma pequena lanchonete, porém especializada em pizza e as famosas empanadas. Apresentamos as empanadas aos meninos, que adoraram. O Kauê pediu mostarda e ketchup para colocarmos nas empanadas e, depois de vários minutos esperando e quase todas as empanadas comidas o garçom nos trouxe logo 2 saches... detalhe: para nós 4! E aí claro que veio o comentário: “Isa, isso tem que ir para o blog”.

Deixamos o carro no estacionamento, no centro e seguimos andando para o hostal, conhecendo o centro da cidade.
De manhã tomamos café na casa, com direito a “dulce de letche”, iogurte, cereal tipo sucrilhos e partimos a procura de peças para o carro. Aqui merece uma observação: a cidade de Corrientes é bem retinha, como um tabuleiro de xadrez, muito fácil de encontrar os endereços.

Nesse meio tempo o Brasil já começava a se despedir da Copa.... Depois de compradas as peças, entramos em um Mercado, com diversos Box vendendo roupas, DVD´s, meias e luvas.. e lá vimos o quanto os “hermanos” torcem contra... uma pena.

No caminho de volta encontramos uma rotsserie, com empanadas, e “tartas” ou tortas, como conhecemos... muito boas, por sinal, de vários recheios. Depois da pausa para o almoço seguimos para o hostal, revimos o mapa e decidimos seguir viagem rumo a Quimilí, onde dormiremos.