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terça-feira, 20 de julho de 2010

Domingo, 18 de julho – começo do retorno e um dia de adrenalina

Saímos de San Pedro de Atacama quase 11 horas. Fomos à Aduna e soubemos que o passo estava aberto. Optamos pelo Jama, pela fama da beleza da paisagem e pelo acesso asfaltado. Até aqui, nada de tempestades de areia. Durante os fortes ventos, o carro chegou a atingir 80 km/h na subida, desengatado, apenas com a força do vento. E atingiu 120 km/h, na descida.... O detalhe ficou por conta da altitude: 4.800 - nosso recorde.

 O visual do passo é realmente deslumbrante, vimos o cenário mudar da água para o vinho em aproximadamente 30 km de estrada. Do deserto total do Atacama, com poucas moitinhas secas e pedra, muita pedra, passando pelo vulcão Lincancabur e também o início das vegetações altiplânicas.


Ao chegar na aduana, o Dani desceu para apresentar nossos documentos e, como num passe de mágica, a tempestade de areia recomeçou... O vento estava bem forte, e sacudiu o carro, apesar de não ter conseqüências graves, o susto é grande.
Na aduana, a quantidade de brasileiros surpreendeu, encontramos 5 carros de diversas partes do Brasil.
Depois de aproximadamente 30 minutos estávamos liberados e descobrimos que os passos não estavam fechados nos dias anteriores e que a neve estava castigando a região de San Salvador de Jujuy e não San Antonio de los Cobres, nosso objetivo.
Seguimos para a primeira cidade argentina depois do passo, Susques, e de lá pegar informações sobre as estradas que levavam ao nosso objetivo.


Almoçamos por lá, com um friozinhooooooo. Na volta nos surpreendemos com a quantidade de caminhões do tipo cegonha, aqueles de carregam váááários carros de uma vez. Vimos dezenas deles.
Lá decidimos no cara ou coroa qual caminho levar: voltar 2 quilometros e pegar mais tempo de estrada de ripio ou seguir em frente aproximadamente 100 quilomentros e pegar o outro acesso. Venceu, por 2 vezes, o segundo. De acordo com o policial local passaríamos no meio de uma salina por esse caminho que escolhemos.
Para nossa grata surpresa passamos pelas Salinas Grandes, que Dani e eu estivemos em 2009 com a equipe da campanha publicitária da Adventure Sports Fair.. até então, não sabíamos disso. Chegamos pelo lado oposto e vimos uns montes de sal, aí veio a aventura: sair correndo no meio da ventania para pegar 320 gramas de sal (era o que cabia no potinho que tínhamos). Depois que nos arriscamos para que ninguém nos visse, seguimos e vimos um operário da salina, que nos deixou passear de carro pela salina... fomos e vimos até dois campos de futebol improvisados.
Ao retornarmos, pedimos para esse mesmo cidadão se podíamos levar um pouquinho daquele sal e ele deixou, aí veio a segunda aventura: encher o pouquinho de sal no galãozinho de 5 litros... em meio a uma ventania gelada. Foi engraçado.....


Seguimos mais um pouco e logo avistamos a casa de sal. Uma espécies de barzinho, cujas paredes foram feitas com tijolos de sal. Do lado de fora tinha uma lhama, mesas, cadeiras, uma casinha com um homem na frente, tudo feito com sal da Salina.
Sentimos-nos duplamente satisfeitos, já que um dos nossos planos era levar os meninos lá, que teve um significado pra gente. Na volta, viemos ouvindo a música “Panamericano”, que virou novo hino da viagem....


Depois das brincadeiras, seguimos para San Antonio de los Cobres, cidade onde termina a linha do Tren a las Nubes, cuja ponte virou marca registrada da província de Salta. Infelizmente nossa fofíssima “caminhoneta”, resolveu nos deixar na mão e demorou pra caramba para funcionar. Um americano que está a trabalho na região “emprestou” um pouco da energia da bateria do carro dele e depois de um tempão a fofa pegou. Carros funcionando, partimos para Salta.

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