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quarta-feira, 9 de novembro de 2011

3º dia São Luiz do Paraitinga - Paraty, sábado, 17


Levantamos prontos para partir... roupas apropriadas para viajar (calça e jaquetas com proteções), mais um pouquinho de conversa e pé na estrada. Seguimos para Paraty, pela estrada velha até Ubatuba e mais alguns quilômetros estávamos em terras cariocas.
Chegamos com o nome de algumas pousadas, mas nada reservado. Encontramos uma, depois do rio, logo após sair do centro histórico. Ótimo para a pernoite, pois seguiríamos na manhã seguinte para Campos do Jordão, mas isso conto depois.
Chegamos no início da tarde, torrados dentro das roupas de moto, depois que quase congelar descendo a serra: o tempo parecia que estava virando e muita neblina no caminho. Depois da serra, o sol veio com toda a força e nos presenteou com um céu azul.

Depois de descarregarmos a moto, colocamos roupas leves e seguimos para o centro histórico. Outra tarde cultural, em meio aos casarões do tempo do Brasil colônia. Muitas fotos novamente e vários colírios para os olhos.... “dava” até vontade de ter uma casinha daquelas para passar as férias, rsrs. Mas não é pra gente não. Muitos imóveis estão à venda no centro histórico de Paraty, todas perto de R$ 1 milhão.... ai, ai.


Enfim, seguimos o mesmo protocolo, ou seja, voltamos à noite para realizar novas imagens dos casarões. Foi muito gostoso, muita gente bonita na rua, artistas, crianças, famílias e casais passeando pelas ruas de pedra. O comércio no centro é bem vivo à noite e praticamente todas as lojas ficam abertas para o deleite dos turistas.
Como não podia deixar de ser, percorremos a rua principal da cidade, a Rota do Ouro, que serviu de escoamento do ouro retirado das minas gerais. Desta colônia rica... foi-se o ouro. E, diga-se de passagem, não sobrou muito do caminho também: o porquê conto no próximo post...

2º dia São Luiz do Paraitinga, sexta-feira, 16.

Tomamos um café da manhã reforçado e seguimos para a cidade, ver melhor tudo que vimos na noite anterior.
Nos surpreendemos com São Luiz do Paraitinga. A cidade foi assolada pela chuva em janeiro de 2010 e está quase reconstruída. Alguns casarões no centro histórico ainda mostram a marca da devastadora enchente, que levou parte da história arquitetônica da cidade. Os que ainda não foram recuperados estão aguardando autorizações dos órgãos especializados para entrarem em obras.

A Igreja Matriz de São Luiz de Tolosa foi totalmente destruída, restando apenas algumas ruínas. Foi um misto de emoções: surpresa pela perda e igualmente surpresa pela reconstrução. Mas a surpresa maior (com perdão das repetições) foi a movimentação da cidade. No mercado, durante um show da Semana da Canção Brasileira, nos deparamos com um cartaz da programação cultural anual da cidade. Todo mês tem evento por lá.
A atração que mais chamou a atenção é um evento que ocorre sempre nos mês de outubro, no último fim de semana do mês: a festa do Saci.
Espantados? Pois bem, nós também ficamos! Em um almoço delicioso após um passeio igualmente agradável pela cidade descobrimos que por lá fica o berço da Sociedade dos Observadores de Saci, que nasceu há aproximadamente 8 anos e conta com diversos colaboradores, de áreas diferentes (http://www.sosaci.org). Soubemos que a idéia surgiu justamente para seguir na contramão dos americanismos adotados no Brasil, principalmente o dia das bruxas. Então esse grupo de amigos criou a Sociedade dos Observadores de Saci para mostrar o quão rica é nosso folclore. No ano passado, o evento reuniu cerca de 1.000 crianças na praça de São Luiz... tudo de bom!
Voltamos para a pousada no fim do dia, mortos de cansaço das andanças e muito felizes com outra surpresa que tivemos. Conhecemos por lá um senhor, de nome José Inácio. Ele se apresentou como sendo um irmão franciscano e nos contou sua história de vida. Apesar da fala clara, suas roupas puídas nos deram a sensação de ser um homem sozinho... durante nossa “prosa” na esquina da Igreja Matriz, muitos o cumprimentaram algumas crianças fizeram troça... ele respondeu educadamente à todos. Seu José Inácio nos permitiu tirar uma foto e nos pediu uma cópia para guardar de recordação... lição de vida com seu José Inácio.
Como não podia deixar de ser, batemos outro dedo de prosa com Maria Inês, que nos enriqueceu ainda mais com suas histórias de família e de outros que passaram pelo caminho do casal. Fomos dormir embalados pelos sons da noite na fazenda.

Nossas pequenas férias.... e boas

Oi pessoal! Depois de outro grande período sem atualizar nosso diário de bordo, novidades!!!! Mesmo sendo a idéia inicial do blog relatar as viagens da família, desta vez ficamos apenas no Casal Pedra.
Uma semana de moto, por algumas cidades do interior de São Paulo, pequenas férias para curtir nossa nova companheira de viagem: a Blu. Nome carinhoso da nossa moto, “copiado” da simpática arara azul da animação Rio.
Bem, meu relato começa com nossa organização para a viagem, que também requer muita atenção, já que estávamos indo de moto, ou seja, pouco espaço para bagagem...
Olhamos o mapa e decidimos ir para São Luiz do Paraitinga, Parati, Cunha e Campos do Jordão. Uma semana. Para isso, esquemão pra montar a bagagem. Fomos com um bauleto traseiro da moto (detalhe: pequeno o suficiente para me privar de um par de sapatos a mais...) e uma mochila especial para ser levada na parte da frente da moto, que também não cabe lá muita coisa, mas como o espírito era passear de moto, fomos assim mesmo. Levamos uma mochila comum, sobressalente, que foi uma “mão-na-roda” na volta, pois tínhamos algumas lembrancinhas na bagagem de volta.
Partimos de Socorro na manhã de quinta-feira, 15 de setembro, rumo à São Luiz do Paraitinga. Fomos até Bragança Paulista, pegamos a Fernão Dias e de lá, o acesso para a Dom Pedro, depois Dutra até Taubaté. De lá mais 50 quilômetros e estávamos na pequena cidade, de 15 mil habitantes.
Nossa hospedagem não poderia ser mais apropriada. Descobrimos uma pousada pela internet chamada Recanto Fazendinha. Adoramos o lugar pelas fotos. Apesar de funcionar apenas aos fins de semana, Maria Inês e Rosano foram extremamente gentis e nos abriram as portas de sua “casa” na quinta-feira. Fomos acolhidos como velhos conhecidos que chegaram para visitar um casal de amigos que não víamos a muito tempo. Na verdade, acabávamos de conhecê-los.
Maria Inês e Rosano são professores universitários aposentados, de economia e matemática, respectivamente, e reformaram a casa de campo que tinham para receber turistas interessados em sossego e o cheirinho do campo.... delicioso ao amanhecer. A pousada foi construída toda com material de demolição, o que garantiu rusticidade e bom gosto ao ambiente tipicamente da fazenda. Segue o link www.recantofazendinha.com.br. 

Ao chegar fomos informados que estava ocorrendo a 4ª Semana da Canção Brasileira, com programação para todas as idades. Uma delícia!
Nos instalamos, descarregamos a moto e fomos para a cidade, fazer um lanche, que serviu de jantar... Muitas fotos noturnas e o desejo de voltar no dia seguinte para registrar aqueles belos casarões do tempo de ouro do café, com a luz do dia.